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Pessoas vigorosas e pessoas vulneráveis

Pessoas com alta capacidade de desempenho em atividades que exploram os limites humanos tem características físico-motoras, intelectuais e cognitivas acima da média da população. São vigorosos; são pessoas fortes, ágeis, espertas, resilientes, perspicazes, que atuam sob intenso estresse sem sucumbir aos efeitos de fadiga e estabelecem recordes referenciais para todos em competições nessas atividades severas. O treinamento continuado de longo prazo sob planejamento profissional, a devoção pessoal de tempo e de determinação fazem dessas pessoas atletas de elite.

Pessoas comuns também podem ter alta capacidade de desempenho em determinada fase comparativamente a outras etapas de sua vida. Conforme a estrutura orgânica e a herança genética, uns serão mais vigorosos do que outros. Sem treinamento, poderão obter índices superiores de rendimento em relação aos demais indivíduos de mesma faixa etária, sexo e habilidades em potencial. 

Contudo, pessoas vigorosas nem sempre permanecerão assim. Quando crianças, comparativamente aos adultos, podem não conseguir realizar tarefas simples. Precisam de suporte para que possam crescer e se desenvolver. Além disso, tendem a perder sua energia mais tarde em sua vida, com o passar dos anos, das décadas. Comparativamente aos demais indivíduos na mesma faixa etária, podem ainda ser destacados, mas seu vigor físico entra em declínio em comparação aos adultos mais jovens.  Isso acontece naturalmente. Assim, não é de se estranhar que pessoas vigorosas deixem essa condição em alguma fase da vida na idade avançada. Nesse momento, precisarão de suporte dos demais à sua volta.

Nesses casos, crianças e idosos compõem o espectro de pessoas vulneráveis. Junto às características desses indivíduos se incluem as de pessoas com condições física, intelectual e cognitiva afetadas por um trauma ou lesão, ou por condições insuperáveis de causas ambientais, tais como desnutrição, moléstias, desastres naturais, ou heranças culturais.

Numa sociedade idealizada segundo o domínio do mais forte, aparentemente, pessoas vigorosas se sobrepõem às pessoas vulneráveis. Os indivíduos em geral são levados a se identificar com o modelo de perfeição associado aos vigorosos.

Contudo, o aprimoramento da tecnologia e de princípios morais tem orientado as sociedades com grande expressão política e equilíbrio econômico a adotarem modelos de participação social em que pessoas vigorosas e vulneráveis compartilhem suas vidas em estruturas sociais de mútuo aprimoramento, em que o vigor físico não seja preponderante e que a competição ceda lugar à cooperação.

Partindo-se do princípio de uma incerteza natural que determina a sobrevivência, qualquer indivíduo pode nascer numa condição propensa ao desenvolvimento de seu potencial enquanto pessoa vigorosa, e por um acidente em qualquer idade passar a viver como uma pessoa vulnerável. Seu destino pode ser dramático se a referência for única dos resultados que poderia ter alcançado. 

Por outro lado, qualquer indivíduo vulnerável pode alcançar uma trajetória peculiar e única de valor humano que enriqueça a bagagem cultural de todos. Assim, os recursos econômicos, políticos e tecnológicos que embasam a estrutura social servem de suporte para que pessoas vulneráveis continuem a contribuir para o todo social e a desempenhar distintos papéis de  importancia, simplesmente porque a referência de participação e de troca de experiências é maior do que o desempenho pessoal perfecionista.

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